terça-feira, 22 de agosto de 2017

A turma do Rock

Existia apenas uma coisa que eu era interessado na minha adolescência.
Era vídeo-game.

Meu âmbito social era bem restrito. Eu não tinha contato com pessoas artísticas, nem pessoas que tinham algum interesse por artes.

Quando eu tinha 13 anos, via um cara com camisa de bandas e se vestia todo de preto. Fiquei interessado no estilo, eu era uma pessoa triste e deprimida, aquilo poderia ser uma maneira de se expressar.
Depois fiquei sabendo que para ter a honra de vestir uma camisa de banda, vc tem de conhecer sobre o estilo, no caso Heavy Metal... então eu comecei a me interessar por Heavy mais para poder fazer parte de um grupo, do que gostar do som propriamente.

Aos 16 eu pela primeira vez, me aproximei de dois caras que curtiam Heavy... mas eram desses retardados, que só papagaiavam.
Aos 17 quando estudei a noite, eu de fato conheci um cara que curtia Heavy Metal mas não era acéfalo. E isso mudou minha maneira de encarar o mundo. Foi a semente do ´pensar diferente´.

Ele gostava de poesia e se interessava por literatura. Nessa época eu já curtia Augusto dos Anjos e estava tentando entender melhor a literatura, porque eu estava em busca de referências literárias para ter a capacidade de escrever meus próprios poemas.
Ele lia Castanheda e leu as Portas da Percepção de Aldous Huxley... e eu  depois viria a conhecer então o livro... Admirável Mundo Novo.
Não só isso, criei um pouco da percepção de entender as músicas que eu estava ouvindo. Pensar nas coisas de maneira mais crítica. Sim, o Rock trouxe um pouco disso.

Eu sentia que faltava mais... pois, aquele universo, apesar de um pouco subversivo... era uma galhofa vazia. No fundo, é isso que eu penso dos fanáticos por Heavy hj. As letras, as músicas são esteriotipadas e fantasiosas, aquilo não pode ser levado a sério.
Hj esse meu colega que tanto foi subversivo... é o famoso Pai de família e Evangélico... cara, não pude acreditar que ele se enquadradou tanto assim. Nada contra, toda escolha é legítima. O que me chocou foi a mudança tão brusca de comportamento.
Minha inquietude continua solitária... eu e meus estudos, minhas meditações, minhas escritas vazias aqui nesse blog.




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