quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Fluxo de inconsciência

Fiquei pensando esses dias. Por que é difícil se expressar. Dizer o que tenho pra dizer. Simplesmente expressar as dificuldades emocionais em uma folha de papel. A folha aceita tudo afinal. Esse espaço em branco, por mais que seja amplo, talvez não seja acolhedor. A folha em branco, aceita todas as palavras,mas não gera conforto. Mas eis-me aqui, escrevendo.
Pretendo escrever mais e por pra fora tudo o que sinto. Será que isso pode ser terapeutico? Não sei ao certo. Parece loucura sair falando coisas desconexas. A folha em branca aceita tudo.. porém eu não me aceito. Por isso há muitas folhas em branco em minha vida. 


Queria escrever melhor. Pretensão querer fazer algo bem, quando não se pratica isso com constância. Não tenho escrito, raramente escrevo. Raramente há textos que escrevo. Congelei minhas ideias. Estagnei no tempo. Vegetei. Respirei. Talvez morri. 

Vi uns textos escritos de outras pessoas... vejo claramente que elas tentam enfeitar sua escrita para que eles não fiquem banais. Porém vejo que soa artificial. Não quero cair nessa armadilha.
Escolher palavras certas, ou se expressar ? Não elaboro metáforas. O que sair saiu. 

Pensei agora, fiz uma reflexão. É privilégio poder registrar memórias no papel. São lembranças que poderá ser ativadas no futuro. Um dia, ao reler isso, talvez eu me lembre de coisas banais que fiz, e que não lembraria caso não registrasse. 
A escrita é algo extraordinário. Alfabetizar-se é algo extraordinário. Ter a possibilidade de registrar memórias ou conhecimento em papel, é extraordinário. Então, penso... por que se intimidar e deixar de escrever com medo de se julgar, julga-se mal escritor. Pouco importa, o importante é fazer uso dessa ferramenta. Não deixar de fazer, por travas pessoais é perder uma grande oportunidade. Oportunidade de continuar sendo insignificante.
Não há como vencer a insignificante. Curioso que insignificante talvez venha da palavra insigne. Sou insigne ou insignificante?

Aliás o que torna a vida de alguém significativa? Criamos significados ou eles existem por si só?