segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Os lugares decadentes de Osasco

Hj, voltando para casa estava com uma sensação de não ter pressa.
(escrever o texto depois)

Silêncio interno
Silêncio inferno?

sábado, 5 de outubro de 2019

Referência, Solidão e Ilusão

Por um tempo eu me senti sozinho.
Quando digo sozinho, éh realmente sozinho.
As pessoas que faziam parte do meu cotidiano, não conseguiam extrair de mim mais nada.
Nada de novidade. Delas eu já sabia tudo o que elas gostariam ou não gostiam do que eu falasse.
Os limites de uma conversa já estavam sendo expostos. Não havia novidades, não havia mais abertura além das fronteiras estabalecidas.
E havia tb um sentimento de frieza.

Então, assim, estava com meus próprios pensamentos.. sem perspectivas de encontrar alguém que iria destrinchar meus traumas, minhas queixas, minhas tristezas.. ou minhas experiências de vida, mesmo que poucas, em geral.

E nessa carência afetiva, qualquer pessoas que aparece, faz com que vc projete nela alguma esperança.
E então, reapareceu uma pessoa de muito tempo atrás.
Mas não demorou muito pra perceber a dificuldade de fazer um elo realmente próximo com essa pessoa.
E é aí que as ilusões e o sofrimento se estabelecem.
Porque essa pessoa no fundo, tem a vida dela e suas prioridades... e vc não é uma prioridade pra ela, vc é apenas mais um.
E pra vc ela torna-se uma tábua de salvação, no meio desse oceano de vazio no qual se insere.
E pode ser que vc caia no engano de insistir algo com essa pessoa, como se desse murro numa ponta de faca...
e isso é quase uma fatalidade, dada a situação de desespero que vc se encontra.
Mas apesar  disso tudo, eu mergulhei nessas águas consciente da minha situação.
E o resultado final desse vai ou não vai, é claro, torna-se mais uma decepção de suas ilusões.

Até que aparece na sua vida alguém que por algum motivo se interessa por vc.
Seus pensamentos, sua vida passada, seus traumas...
E por alguma razão ela está sempre disponível pra um contato humano.
E por alguma razão, vc se torna a razão da vida dela.
Ela quer conversar com vc todos os dias.
Ela entende suas reflexões mais profundas.
Ela entende suas dores.
Elas está presente em vc

E isso enfim aconteceu comigo.

Aquela pessoa lá de trás na qual vc achou que iria estabelecer algo.. se torna insignificante.
E vc vê com clareza que aquilo era uma ilusão, baseada nas suas carências, na sua solidão.
No seu sentimento de ser miserável.

Mas agora esse sentimento é menor... e eu não me sinto tão sozinho quanto antes.
É até umsa sensação estranha essa... de ter alguém que corresponde suas correspondências.
E éh muito bom. 4

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Deus

Esses dias eu estava pensando sobre a necessidade nossa de criar mitos, abraçá-los e afundar com eles.
É assim que está o cenário político hj no Brasil. Há quem diga que isso acontece devido a nossa atual descrença com líderes ou representantes religiosos. Na carência desses líderes, transferiu-se isso pro âmbito político.

Vejo que quando se atinge a figura que antes era considerada intocável, existe uma tendência pra justificar o ato dessa pessoa, tornando-a acima do bem e do mal.
Acho que é um ato de desespero por saber que aquela pessoa a quem atribuímos um caráter divino, no fim age conforme seus próprios interesses.

E no fim nos sentimos abandonados nas nossas projeções.

Quando isso acontece, temos algumas alternativas... Ou procuramos outra pessoa a quem nos aferrar, uma outra figura, ou outro representante. Ou caímos na real e pensemos honestamente sobre a nossa ingenuidade e em lugar de buscar nos outros qualidades que gostaríamos, nós mesmos cultivamos essas qualidades.
Geralmente, precisamos tomar mais tombos pra enfim, enxergarmos o nosso delírio de buscar em alguém o modelo de perfeição.

Isso de entender que não há em quem agarrar, fica claro quando se amadurece.
E me veio claro que, quando uma pessoa entende isso... ou ela se desencoraja totalmente e aceita que essa é a realidade... ou ela recorrer pra algo maior...
E talvez seja por isso que existe o conceito de Deus...já que a pessoa está desacreditada em todos os seres humanos, e sabe que não pode mais atribuir seus delírios a quem quer que seja.. o que falta é buscar projetar isso numa figura que está acima de tudo isso, que é justa, perfeita, que atende todas as suas expectativas... e ela chama isso de Deus.
Talvez seja dessa aspiração humana de querer um modelo de perfeição, que tenha surgido esse conceito de Deus.

E já que essa figura é intangível, inefável, invisível... bom, certamente ela jamais vai te decepcionar. E caso te decepcione, a resposta éh simples. Existe um motivo pra isso.. éh a nossa mente limitada que não consegue compreender a razão de suas atitudes.
E assim, se passa a vida inteira se iludindo....



sábado, 20 de abril de 2019

E-mails antigos

Por algum motivo, fui fazer uma busca de e-mail para escrever e me deparei com alguns e-mails antigos.
São e-mails que datam de 2011, onde eu estava muito deprimido.

E pra minha surpresa. Fiquei surpreso com a forma com que eu escrevia.
Se minha cabeça estava a ponto de enlouquecer.. pq na escrita as ideias estavam tão bem claras e estruturadas? Eu imaginava algo caótico.
Pensei.. caramba... acho que eu regredi... mas no meu coração sei que eu não regredi.. prefiro a paz mental do que um texto bem escrito e cheio de conceitos não aplicados ainda na minha vida. 

E diga-se de passagem... bem melhor escrito que o que escrevo aqui nesse blog. Talvez pq aqui eu tenho uma trava... nos e-mails não... como sei que não estavam em público... eu simplesmente abria meu coração e escrevia o que pensava, sem medo de julgamentos.
Mesmo que eu saiba que ninguém vai ler isso aqui... ainda assim, éh público, e há uma chance de alguém próximo a mim, descobrir que sou eu que escrevo.. então, mesmo sob pseudônimo, eu tomo cuidado.

Preciso trocar e-mails com pessoas...

quarta-feira, 17 de abril de 2019

As cartas

Quando eu estava no Japão, senti forte a solidão.
Era uma época em que a internet engatinhava, e isso reforçava a distância do Brasil.
Para tentar amenizar isso, resolvi arriscar a escrever algumas cartas para amigos de infância que eu não tinha mais contato... mas na hora do desespero, vc recorre a elas.

Uma em particular gostava muito do Japão. E acho que essa era a motivação de ela responder minhas cartas. Não era eu em si que era importante. O charme estava em ela receber em sua caixa de correio, uma carta vindo direto do Japão. Selo, caligrafia do correio local, etc.

Mesmo sabendo disso, era legal. Porque as cartas dela eram muito caprichadas. Muito diferente das cartas que eu recebia de meus amigos homens. Vinha em folhas simples e rústicas.
A dela ao contrário, vinha naqueles cadernos típicos de menina. Com desenhos caprichados. E com uma letra caprichada.

E para melhorar... ela fazia recortes de personagens de Anime e colocava junto. Lembro que ela escreveu na carta que estava mandando recortes da Rei Ayanami, pois, sabia que eu gostava muito desse personagem.
Algo tão simples, se torna tão significante... nunca na minha vida recebi bilhetinhos de alguma menina, ou algo assim caprichado... nunca recebi um cartão ou algo assim.
Senti meu coração aquecer... e entendi o quanto um pouco pode significar muito. É só um gesto, e éh isso que vale.. me senti acolhido...

Infelizmente não guardei as cartas... e hj eu me arrependo muito. Devo ter tentado guardar mas elas se perderam... uma pena.
Na época eu não podia avaliar a importância daquilo para um futuro...hj para mim elas tem um significado muito grande.. aquela época eu tava tão ruim de depressão, que não conseguia enxergar isso. Os pequenos gestos... as pequenas coisas.


Desistência lúcida

Depois de três tentativas, eu realmente desisti. É preciso largar, quando vc percebe que está dando importância para algo, que não vai rolar.

Vc marca algo com alguém que considera importante... que vc queria conhecer deveras, mas essa pessoa simplesmente não se importa e trata isso como algo banal. Simplesmente demora pra dar satisfação, ou tem outras coisas importantes para fazer e desmarca um compromisso assumido... são dois pesos e duas medidas.

Escrevi versos a mão. Para entregar pessoalmente... Com todo esmero e consideração. Toda uma coletânea de contos e poesias, do passado, mas que eu realmente queria entregar como um mimo.
Todo o trabalho de escolher o envelope adequado, a caneta adequada.. o capricho da caligrafia...
E as flores que preparei... e toda a minha expecitativa... Enfim, murcharam juntas.

Não sei o que faço com os manuscritos agora... simplesmente não sei. 

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Espinhos e barreiras

Aos 16 anos eu comecei a me interessar por literatura...

Não sei o que deu na minha cabeça que pensei que teria de desenvolver minha inteligência, melhorar meu vocabulário. Daí comecei a pegar os livros que tinha disponível na estante da minha casa e fazer leituras.

Dois livros foram a base para eu enriquecer meu vocabulário. Lucíola de José de Alencar e Lira dos Vinte anos de Álvares de Azevedo.
 
A verdade que eu não entendia nada.. lia e relia várias vezes capítulos, textos e poesias... para ver se assimilava alguma coisa... mas nessa época eu era um principiante a leitor... e é um processo muito duro e difícil...
Não havia internet ... eu não tinha amigos.. nem familiares que se interessasse por literatura.. eu não tinha com quem pegar referências, dicas, com quem eu pudesse conversar.

Fui sozinho, buscando livros em sebos. Lendo livros escolares para construir conhecimento. Nessa época, meu professor de português era um doido da cabeça que não dava aulas. Simplesmente ele não dava aulas.

Buscava na Televisão conhecer mais... ligado na Tv cultura, qualquer entrevista, qualquer video aula, qualquer coisa que tivesse ligação com literatura. Era árduo assim...
Lembro de ficar esperando até a madrugada, onde o Prof. Pasquale tinha um programa e de vez em nunca ele analisava uma poesia... e fazia uma entrevista com um escritor ou um músico. Mas isso não passava de 15min de conteúdo.

Era assim... uma vida solitária... quando a internet ficou mais acessível... carecia de conteúdo. O youtube não existia... e todas as amizades que eu tentava fazer virtualmente relacionada ao interesse com literatura, não davam certo.
Só tem povo maluco na internet.

Quando fiz um ano de cursinho... ia para as aulas de sábado onde poderia praticar redação e fazer as aulas dos livros listados para a fuvest...
Mas a professora era interrompida de 15 e 15min, por algum aluno que gostava dela e queria falar com ela.
Sempre, no meio da aula, via alguém pela janelinha de vidro da porta, dar tchauzinho e cumprimentá-la .. então era sempre parava a aula e ia lá dar atenção.
A aula não fluía... e assim foi... 
Eu ficava pensando.. por que era para ser tudo tão difícil assim? Será que querer mais conhecimento, ter mais consciência, ter espírito crítico é um crime?
Por que não tive nenhum professor competente, interessado em transmitir conhecimento? Por que simplesmente ninguém se importa?

Até hj não tenho respostas... simplesmente perdi meu interesse por literatura.. por ler por correr atrás.
Hj estou mais maduro, sei que se retomar a leitura será mais fluida e mais crítica.. mas estou cansado desse processo.
Mas sou grato por essa caminhada... me abriu a cabeça pra muitas coisas... e me ajudou em outras áreas do conhecimento... hj consigo ler e entender um texto com clareza, sem grandes dificuldades.
Aprendi sobre períodos históricos, obtive uma noção de estética.. de contexto.. que não seria possível se eu não tivesse exercitado esse lado, com meu interesse por literatura.

Mas ainda continuo sozinho... sem ter o que dizer, sem alguém para ouvir o que tenho para dizer...
Como sempre digo por aqui... as coisas para mim parecem trancadas... não fluem...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Aulas de violão

Na minha ignorância, eu achava que as pessoas nasciam com uma aptidão adquirida e caso eu não nascesse com essa aptidão, jamais poderia desenvolvê-la.
Nunca havia passado na minha cabeça que eu poderia tocar um instrumento. Pois, eu olhava qualquer instrumento e não sabia o que fazer com ele.

Até que um dia um colega de escola disse que isso não tinha fundamento. Era só entrar em uma escola de música que qualquer pessoa tem o potencial de aprender.
Isso foi revolucionário pra mim...
Logo que demonstrei interesse, um tio meu que tocava violão e era cego... se propôs a me dar algumas aulas antes que meus pais comprassem um instrumento... e ele me emprestou um violão.

Fiz algumas aulas e fui pegando aos poucos... mas não me dedicava. E até hj eu não aprendi a tocar.
Eu tiro algumas músicas, dedilho...mas eu digo... não tem musicalidade, nem consistência no que faço. Imagina alguém que reproduz um texto ou uma poesia mas que não sabe o que está falando.
É tipo isso que acontece comigo... eu reproduzo notas.
Ou mesmo uma pessoa alfabetizada... conhece as letras e sabe decodificá-las... mas é um analfabeto funcional. Não tem a capacidade de interpretar um texto corretamente, pois lhe foge a compreensão.
É tipo isso tbém que acontece comigo.

Entrei nesse assunto...
Porque dentro dessa minha jornada de querer tocar... sempre sonhei em fazer parceria com uma moça que cantasse bem. E isso nunca aconteceu.
Todas as bandas que formei.. além de eu tocar mal... os vocalistas não sabiam cantar uma nota afinada.  Era frustrante ao extremo.
É curioso... que parece que tudo na minha vida é atravancado.. não flui... não acontece..
Como se eu fosse incapaz de fazer algo direito.. com qualidade.
Demorou um pouco para eu enxergar todas as minhas deficiências... e fato que não consegui corrigi-las, mas hj ao menos eu entendo as causas do meu não desenvolvimento.

Estava vendo um vídeo de um amigo meu... que abriu um canal com uma cantora, até que famosinha. Dessas bandas formadas em Reality Show... e era justamente isso que eu queria ter realizado na minha vida.
Tocar ao lado de uma mina que cante bem... porque isso me emociona.. Porque sou homem e sinto atração por mulheres que cantam bem, ou tem um viés artístico. Porque a voz feminina me soa mais agradável que a masculina...
Enfim... é ele no violão, fazendo uns arranjos interessantes e ela com sua voz, carisma e potência... reinterpretando músicas famosas.
Não sinto inveja, nem frustração quando vejo seus vídeos... Sinto orgulho de ter um amigo que toca bem. É o talento dele, é o percurso dele... são os frutos que ele colheu por sua diligência.
O fato de eu ser amigo dele.. não me faz músico... nem especial... os méritos são dele.