sábado, 20 de abril de 2019

E-mails antigos

Por algum motivo, fui fazer uma busca de e-mail para escrever e me deparei com alguns e-mails antigos.
São e-mails que datam de 2011, onde eu estava muito deprimido.

E pra minha surpresa. Fiquei surpreso com a forma com que eu escrevia.
Se minha cabeça estava a ponto de enlouquecer.. pq na escrita as ideias estavam tão bem claras e estruturadas? Eu imaginava algo caótico.
Pensei.. caramba... acho que eu regredi... mas no meu coração sei que eu não regredi.. prefiro a paz mental do que um texto bem escrito e cheio de conceitos não aplicados ainda na minha vida. 

E diga-se de passagem... bem melhor escrito que o que escrevo aqui nesse blog. Talvez pq aqui eu tenho uma trava... nos e-mails não... como sei que não estavam em público... eu simplesmente abria meu coração e escrevia o que pensava, sem medo de julgamentos.
Mesmo que eu saiba que ninguém vai ler isso aqui... ainda assim, éh público, e há uma chance de alguém próximo a mim, descobrir que sou eu que escrevo.. então, mesmo sob pseudônimo, eu tomo cuidado.

Preciso trocar e-mails com pessoas...

quarta-feira, 17 de abril de 2019

As cartas

Quando eu estava no Japão, senti forte a solidão.
Era uma época em que a internet engatinhava, e isso reforçava a distância do Brasil.
Para tentar amenizar isso, resolvi arriscar a escrever algumas cartas para amigos de infância que eu não tinha mais contato... mas na hora do desespero, vc recorre a elas.

Uma em particular gostava muito do Japão. E acho que essa era a motivação de ela responder minhas cartas. Não era eu em si que era importante. O charme estava em ela receber em sua caixa de correio, uma carta vindo direto do Japão. Selo, caligrafia do correio local, etc.

Mesmo sabendo disso, era legal. Porque as cartas dela eram muito caprichadas. Muito diferente das cartas que eu recebia de meus amigos homens. Vinha em folhas simples e rústicas.
A dela ao contrário, vinha naqueles cadernos típicos de menina. Com desenhos caprichados. E com uma letra caprichada.

E para melhorar... ela fazia recortes de personagens de Anime e colocava junto. Lembro que ela escreveu na carta que estava mandando recortes da Rei Ayanami, pois, sabia que eu gostava muito desse personagem.
Algo tão simples, se torna tão significante... nunca na minha vida recebi bilhetinhos de alguma menina, ou algo assim caprichado... nunca recebi um cartão ou algo assim.
Senti meu coração aquecer... e entendi o quanto um pouco pode significar muito. É só um gesto, e éh isso que vale.. me senti acolhido...

Infelizmente não guardei as cartas... e hj eu me arrependo muito. Devo ter tentado guardar mas elas se perderam... uma pena.
Na época eu não podia avaliar a importância daquilo para um futuro...hj para mim elas tem um significado muito grande.. aquela época eu tava tão ruim de depressão, que não conseguia enxergar isso. Os pequenos gestos... as pequenas coisas.


Desistência lúcida

Depois de três tentativas, eu realmente desisti. É preciso largar, quando vc percebe que está dando importância para algo, que não vai rolar.

Vc marca algo com alguém que considera importante... que vc queria conhecer deveras, mas essa pessoa simplesmente não se importa e trata isso como algo banal. Simplesmente demora pra dar satisfação, ou tem outras coisas importantes para fazer e desmarca um compromisso assumido... são dois pesos e duas medidas.

Escrevi versos a mão. Para entregar pessoalmente... Com todo esmero e consideração. Toda uma coletânea de contos e poesias, do passado, mas que eu realmente queria entregar como um mimo.
Todo o trabalho de escolher o envelope adequado, a caneta adequada.. o capricho da caligrafia...
E as flores que preparei... e toda a minha expecitativa... Enfim, murcharam juntas.

Não sei o que faço com os manuscritos agora... simplesmente não sei.