segunda-feira, 31 de julho de 2017

Deixar o passado para trás

Tenho dificuldade de soltar as memórias ruins.
Não me ensinaram isso na escola.

Tomar a decisão de mudar os padrões mentais é um processo de aprendizado. Ou mesmo, para nós ocidentais, uma alfabetização.

Esses dias estava praticando meditação. Não sei se estou certo, treino em meditação pode ser treino em percepção, se perceber.  E se perceber, entrar nas camadas desconhecidas de nós mesmo, leva um certo tempo, talvez uma vida inteira.

Pois bem...

Nessa meditação me veio claro na mente que eu tenho dificuldade de largar o passado. Eu não entendia bem quando dizem...vc tem de deixar o passado para trás... porque se eu deixasse o passado para trás, não sobraria memória, e não sobraria referências onde eu me apoiasse.

Hj o que entendo sobre largar o passado é... desvincular impressões no corpo emocional, que se entrelaçam com memórias do passado. A memória é feita de impressões, não só imagens. E certas impressões, principalmente as traumáticas ficam impressas em tensões no corpo. Eu sinto no peito e nos ombros. De vez em quando sinto no cerrar dos dentes.

É algo condicionado. A mente tem essa propriedade de se automatizar. Então quando ela se acostuma com o mesmo caminho, ela se condiciona a sentir da mesma maneira... e fica difícil mudar, requer muita atitude e energia interior. Mas antes da atitude, do movimento... é preciso que se saiba relaxar a mente, é o famoso agir sem tensões. E isso é um treino diário, pois, a tensão estão impregnada em meu corpo, condicionada no meu modo de agir.

Todas essas tensões acumuladas, estouraram em mim em  fobia social, ansiedade extrema. Toda essa ansiedade e neuros, tiram toda a energia vital e o fluxo de viver, de fazer, de Ser. Pra sair disso requer muito esforço, paciência e determinação.

Preciso largar  o passado.. não as memórias.. mas essas impressões de medo, angústia e ansiedade, que estão condicionadas.

É isso.

Desordem

Estou vendo nas postagens anteriores que não estou organizando bem minhas ideias.
Faz tempo que eu não escrevo com alguma constância.
Preciso praticar um pouco mais, até para poder me expressar melhor no dia a dia, caso eu precise.

Estava escrevendo ultimamente sem muito critério, tentando ser mais espontâneo. Não consegui um resultado satisfatório. O bom disso é a constatação de que minha cabeça está fragmentada. E preciso dar um pouco mais de eixo naquilo que eu penso. Alguma direção melhor naquilo que eu quero expressar.


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Los malis entendzidos

Bom, para entender essa postagem vc tem de ler primeiro o texto que se chama Soneto de Bach, da qual eu falo de uma menininha lá.

O que acontece...

Mais uma vez vou falar daquele grupo dos tapados que corriam atrás do rabo, onde eu claramente fazia o papel de mendigo.
Teve uma época que eu me interessei pro Heavy Metal e virei o estereótipo do metaleiro acéfalo. Porém foi a turminha do Rock que me abriu a cabeça para certos aspectos da vida... hj eu não me considero metaleiro, na verdade nunca fui. Não renego essa época, as vezes, curto um som, mas acho todo esse universo uma galhofa. Se vc não levar tão a sério, vira uma brincadeira divertida. É como vc ir numa festa fantasia... é ridículo, mas todo mundo se diverte.

Bem,  estou falando isso pq eu era o mendigo da turma e o cara fechadão que ninguém ousava se aproximar...
Em um dia de competição, me sentei solitário defronte a pista de atletismo, para contemplar o fim de mais um dia e um belo por do sol...
Então uma menina ousa sentar-se ao meu lado para puxar assunto... e a liga para tal conversa foi sobre uma banda de Heavy Metal do qual um tecladista era fodão, e que ela gostava porque ela tocava teclado.
Aquela menina era outra que era diferente do grupo e só frequentava esse lugar porque o pai dela era um carrasco que tbém obrigava ela a ir, pq achava importante ela ir... sendo que ela detestava ir. Talvez inconscientemente rolava essa empatia... A menina era legalzinha, tinha uma conversa muito boa e fez o meu final de dia.

Quando eu estava prestes a ir para o Japão, ela me convidou um dia para eu ver ela tocar piano no conservatório da escola. Aí eu ia lá uma vez por semana para conversar com ela.... tipo, me interessei por ela, mas não me declarei na época.
O que aconteceu é que no Japão, eu trocava cartas com um amigo... e nessa carta eu falei dela, e de uma poesia que tinha feito dessa época.. mas eram águas passadas.
O maluco, sem me pedir autorização, falou com ela por e-mail e disse que eu tinha escrito um poema pra ela... do qual jamais chegou em suas mãos... pq eu não enviei, não salvei... e era uma poesia bem ruinzinha.. mas pense a vontade que ela teve de ler do que se tratava, pois, qual mulher que recebe uma poesia hj?ou durante a vida? Poesia das boas, inspirada em alguém, só escrevi uma em minha vida, da qual eu considero minha obra prima.

Mas enfim... essa história ficou nessa pendência...
Uma vez, relembrando as memórias amargas da vida, eu comentei com minha irmã que daquele grupo de tapados, uma das poucas pessoas que se salvava era essa menina aê.. ela era diferente, não era mais um cãozinho adestrado daquele sistema.. pela conversa que eu tive com ela deu pra perceber. Falei assim, nesse tom....

Nesse ano teve evento lá e minha irmã teve que participar como voluntária, embora, as lembranças que ela guarda desse local tbém lhe são traumáticas.
Ela me falou que veio uma pessoa perguntar por mim... eu disse, éh mulher? Ela disse.. não...
E eu disse, então, não me interessa...
Mas ela me trollou mesmo assim, dizendo que foi o cara que era um traíra, que me dava umas pauladas por trás na epoca, do qual eu não guardo ressentimento. Me dizendo, que o cara me ama,,,, que isso tudo é amor...

Tbém nesse evento a tal menina que eu falei, reconheceu minha irmã e foi falar com ela. Minha irmã não a reconheceu, mas logo, a reconheceu.. ela nunca havia conversado com ela... mas ela foi falar com minha irmã, éh o jeito dela, espontânea de ser...
Daí minha irmã solta a seguinte para quebrar o gelo:
-Po, meu irmão fala de vc direto!!!Sempre fala de vc!!

Putz, mentira.. tbém não éh assim. Eu só comentei algumas vezes, como relatei... Dae pensei.. mano, acho que a mina acha que eu amo ela até hj... faz uns 10 anos, que tudo o que eu disse ocorreu, e ela tá achando que to pensando nela até hj...

Aff, fiquei putaço.. mas deixa ela pensar néh..kkkkkk. mal não vai fazer.

Portanto, não confie no que as pessoas dizem.. elas exageram demais. Fim.

sábado, 15 de julho de 2017

Musa inspiradora

Como posso ser poeta sem ter uma musa inspiradora?

Poderia escrever sobre minha vida, mas não tive vida.
Poderia escrever sobre a minha não vida, mas só sobraria o amargor.
Chegou um tempo em que eu escrevi tanto sobre o meu amargor, que perdi a vida.
Não só perdi a vida, mas perdi-me na vida.

Mas mesmo assim... gostava das palavras e sempre quis ter mulheres. Mas para ter mulheres não basta só palavras, tem de ter dignidade. Antes dignidade do que saber dizer.

Eu fui um tolo arrogante... achei que poderia me esconder atrás de poemas. Tentei dizer palavras belas e escrever sobre a inspiração de minha vida... mas como??? Era tudo mentira. Era imitação. Era limitação.

Escrevi poemas que não foram lidos. Toquei uma música, sem afinação e ritmo. Tentei amar mas era apego. E no meu ressentimento, apenas colhi escuridão. Escolhi escuridão, não solicitude, solidez.
Solidão... Solicitude e avidez...

No tédio, venho nesse blog me expressar. Tento escrever sobre qualquer coisa. Tento ser o tal Sábio Perdido.., mas estou perdido sem sabedoria...não em sabedoria...
Queria escrever mais um poema... talvez um único poema...mas sem ter do que falar, tudo é silêncio. Antes fosse silêncio se não fosse angústia...

E quando tento escrever, é do passado..é dos seus olhos que me fitaram. É onde eu mergulhei meu desespero, meu desamparo. É um instante eternizado?
Seus olhos foram o descanso de um instante. Seu perfume foi um respiro, seu sorriso meu último suspiro, sua voz a última canção.

Você é minha eterna musa inspiradora...é a esperança perdida, é meu último poema.
Foi um instante de alegria e uma eterna agonia.

Perdido no meio de tanta informação

Abro o Youtube e não sei que fazer em meio a tanta informação.

Será que é sinal de velhice ou bom senso??? Essa questão sempre me pega.

Tudo aquilo que é parte faz parte de um todo... de um contexto. O que  a internet trouxe de liberdade tbém ao mesmo tempo trouxe de fragmentação.
Difícil em meio a tantas opções, por exemplo, na música... ouvir um álbum inteiro, como fazíamos antigamente.

A gente ganhava aquele disco e era obrigado a ouvir e se apegar a todas as músicas... já que não era tão acessível assim. ouvia-se rádio... ou apenas o disco...  e aos poucos, a música preferida se tornava parte de uma obra inteira, de uma história... o álbum conceito.

Mas agora... eu me perco e não sei o que faço quando quero ouvir um som. Minha mente tbém se fragmentou e não consegue mais focar... são tantas opções, estilos... facilidades.

Sinto nisso uma escuta pobre. Tudo parece, tudo carece... é a sensação que eu tenho.
É velhice ou bom senso?? Sinceramente não sei.