quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Desencanto

Se eu pudesse banhar minhas ideias, minhas palavras com melodia .... é isso que eu faria.
Do mais grave para o mais agudo, sob uma voz feminina, que minha angústia formasse uma música.

Sim, a melodia conduziria cada sentimento reprimido.
Tudo coreografado, apresentado em fundo preto, com a face feminina a contra luz.
Canta a deusa as frases que compus, qual uma paixão interrompida.
Um desejo não concluído, uma dor infinda...
Um ritmo irregular, mas bem marcado.
Sob uma harmonia que  passeia em dissonâncias.

Um canto, um desencanto...
Aplausos... vai-se mais uma noite....
E no fim tudo é silêncio.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Depressão

Quando sento pra escrever... sinto que meu peito sufoca meus delírios e palavras não saem da minha boca.
A ânsia, o desejo... ficam entaladas em meu peito....

Das memórias que eu abrigo, prefiro não lembrá-las... e as ilusões que alentei, eu tento reprimí-las.
Minha falta de talento, eu tento ocultar... a lágrima imunda, não desce de meus olhos.

Um anjo caído, um poeta sem fala, um falso profeta... assim que em me sinto...
A beira de um precipício sem chão... me ameaço com uma arma sem munição.

 Sinto tristeza mas não sei o que dizer.
Quero ajuda mas não sei onde me abrigar.
Tenho uma fé que me faz hesitar.
Não tenho mais sonhos que me façam existir.







Musa

Fico confuso.... quando ouço a música que ela toca.

É belo o som que ela produz...
Mas é o corpo dela que me seduz...

Antes ouvir a melodia ou seus gemidos? .
Porque no corpo a corpo, seus dedos tocariam a minha ânsia.
seus lábios junto aos meus, arrancariam a mais grosseira melodia.
E mil vezes seus agudos de prazer  que as notas de sua flauta eu preteria....

Mas é a música e não seus dedos que me tocam.
É só aos sons que nela eu tenho acesso.
Imagens dela, vaporosa em minha memória...
E minha loucura que expresso em poesia....





Chuva

Tem chovida pra caramba no fim do ano de 2017.
Estou nesse momento contemplando a chuva... chuva de fim de ano.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Edição

Acabei de assistir uma matéria do conexão repórter... sobre a vida do Danilo Gentilli ...e me emocionei.

Bem, como eu disse em um post anterior, muitas vezes as relações humanas nos são um pouco raras...isso no meu caso pessoal, onde o contexto de minha vida levou a isso.
Talvez alguém que teve condições diferentes da minha não entenda muito o que eu estou dizendo.
O que sobrava era apenas a televisão aberta, para eu buscar refúgio e entretenimento.
Lembrando que na época, a minha infância, já sou velho, não havia televisão a cabo, nem internet.

Se eu pudesse mudar o meu passado eu mudaria. Gostaria de ter entrado mais em contato com arte e com pessoas diferentes. Ter uma criação diferente, mais espontânea, mais ligado a arte e criatividade.
Apesar de eu ser um cara extremamente tímido e não carismático, sinto que há em mim um quê de vida e questionamento que ainda me mantém vivo.

Por isso sempre gostei de televisão e me acostumei com sua linguagem. Como não tive uma educação privilegiada, aprendi a encarar a tv como verdade absoluta e como uma obra de arte.
Na adolescência, depois de buscar outras referências e mais maduro, passei a ter um certo desprezo pela Televisão e seus clichês. E isso foi se perdurando quando a internet começou a nos proporcionar toda a forma de entretenimento possível.

Faz muito tempo que eu não assisto Tv aberta, nem a cabo... meio que abandonei aquela que criou todos os meus valores e referências... mas o bom filho a casa torna.

Estava navegando pelos vídeos do youtube e ao pular de um lado pelo outro, resolvi dar uma atenção ao vídeo do Conexão Reportér.... e vi, que aquilo de fato é uma obra de arte.

Fiz um curso de Operação de Câmera no Senac....Lapa... foram divididos em 2 estágios... o primeiro bem teórico, digo, sobre teoria da comunicação e paralelos e na segunda etapa... o curso de câmera em si.
Fui bem melhor no curso de teoria da comunicação, participava das aulas, eu tinha um conhecimento bom. Mas no curso de câmera em si, fiquei um pouco perdido... o instrutor era um boliviano meio perdido e nada didático.
Mas no meio disso, houve um curso sobre linguagem... onde um cara, um produtor daqueles arrogantes, experiente e calejado pela vida e as demandas da profissão, veio nos dar umas 4 aulas complementares.
Ele chamou um por um do curso para entrevista... como não fui o primeiro, observando, já entendi qual era  a pegada dele... ele queria intimidar....
Logo que percebi isso, fui elaborando estratégias na minha cabeça, quando ele me chamasse para conversar... e saberia como desmontar o cara, pois, confio na minha inteligência.
Ele me perguntou algumas coisas... e eu disse que a minha visão em relação a Tv era de espectador, e foi assim que me habituei com a linguagem da Tv... ele disse... que então era a visão de um leigo, e não a visão crítica... e eu disse que sim, apesar de essa linguagem ficar subentendido em mim....
Depois soltei algumas mentiras que ele acreditou e ficou tudo certo.

Sempre me emocionei com a linguagem de algumas matérias de Tv. Aquelas reportagens do Fantástico e Esporte espetacular... realmente espetaculares.
E hj, tanto tempo sem assistir... e com o espírito mais crítico, um pouco de técnica adquirida depois do curso... pude me dar conta... que o que eu vi, realmente é uma obra de arte.

Tudo é muito pensado, tudo é muito dinâmico... logo percebi a astúcia do editor, quando ele fez um breve resumo da matéria... fortes emoções me pegaram ali...
A matéria é sensacional, deve ter dado um trampo do cacete pra fazer tudo aquilo. O Cabrini, que provavelmente escreveu o roteiro e tem a habilidade de jornalista, conseguiu arrancar tudo o que queria.
Os caras realmente sabem o que fazem, desde o roteirista e principalmente os câmeras, que devem ter uma percepção aguçada para não deixar o instante escapar... tecnincamente sei o quanto é difícil e vi que os caras são mto ligeiros... tem uma habilidade que eu não possuo.
A edição éh primorosa.... os caras jogam as músicas perfeitas para florear o momento e o ritmo é alucinante.

Tudo isso éh fake, magia da tv... romantismo... mas nos pega, nos emociona.... gostaria de fazer isso, mas não sei se tenho toda essa habilidade...
Isso me fez lembrar de um vídeo que eu fiz aqui de um parque da minha cidade... onde eu editei de forma dinâmica, preparei algumas entrevistas... e intuitivamente, segui a fórmula da tv.. para dar um toque de emoção no final.. é um vídeo do qual eu me orgulho...
Principalmente a música que dá o tom....e o dinamismo....
é um prazer fazer tudo isso....

Penso no compositor que consegue fazer da música uma expressão tão fascinante... a habilidade do editor de colocá-las no momento certo...
Isso me fascina...

Cada poema que escrevi, cada tudo o que quis absorver de arte... faz parte dessa narrativa da vida....
A televisão pode ser sim uma arte... me emocionei como há tempos não havia...

E após terminar o vídeo estou aqui aplaudindo de pé....

Amanhã...a realidade bate em nossas portas....

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Se eu pudesse

Preciso diminuir o café
E aumentar o amor próprio.

Simulação

Tenho dois blogs anônimos. Esse aqui e um outro.

No outro eu falo mais sobre acontecimentos pessoais, dos quais eu não gostaria de compartilhar. Aqui, sei que uma ou outra pessoa pode ler o que está escrito. Já no outro, tenho a quase certeza que ninguém lê.

Dei uma stalkeada em uma menina que começou a frequentar o grupo que frequento todos os domingos. Ela parece ser bem nova, gosta de escrever tbém...
Acho louvável e interessante, mas sinto que falta algo a mais nos textos dela. Um quê de naturalidade e maturidade.

É que eu fui reler meus textos de outro blog... e achei eles bem mais espontâneos que aqui e bem mais descritivos. E me impressionei com a forma que eu me expressei, alguns momentos pontuais de minha vida. Fiz um paralelo com os textos da menina que falei... e senti que havia mais profundidade no que eu escrevia... Talvez a maturidade que ela precise, venha com o tempo.
O que a maturidade traz é a objetividade. A sinceridade no dizer...
Eu sei quando o que eu escrevo é autêntico e o que é encher linguiça ou querer impressionar... quando mais o tempo passa, menos vc quer impressionar... por isso que sei, que são poucos os textos que escrevo que realmente estão em sintonia com o que de fato sinto, ou experiencio.
A maioria das coisas que eu vivo é simulação.


Angústia

Mágoas escondidas
Espectativas não realizadas
Autoengano,
Autodesconhecimento,
Ansiedade

Falsas esperanças
Traumas de infância
Aleatoriedade

Sentimento de impotência
Solidão e carência
Falta de resiliência

Coração infantil
Repressão, depressão
E angústia no coração.

sábado, 4 de novembro de 2017

Sinto

Raramente sinto,

Que cada som eh uma nota e que cada momento é um milagre,
No caos os sons aleatórios tocam uma sinfonia...

Sinto que envelheço e que morro... sinto que a esperança morre e surge a simplicidade.
Mas volto a ser e a sentir a angústia, que me tira da realidade.

E torno-me de volta um ignorante.