quinta-feira, 18 de abril de 2024

Do meu diário

Tenho feito contato com dores que ficam guardadas bem no fundo do corpo. Ou da alma, que repercute no corpo. As dores estão grudadas, empregadas em mim. Não se dissolvem com facilidade, não há solvente no mercado que simplesmente tire essa crosta de angústias engorduradas. Impregnadas de memórias, de passado, de traumas. Lidar com isso, ou buscar uma solução pra isso é um caminho solitário e sem norte, sem mapa, sem guia. É como andar numa noite nublada, onde se encherga apenas um palmo do caminho que está pela frente.Você segue em frente, sem saber o que está por vir, sem saber para onde vai.  Solitário porque a dor que conheço somente eu sei do contexto. Tenho medo de compartilhar algo receber respostas prontas, na maioria das vezes indiferente. Como uma mulher que é abusada e é acusada por isso. Indiferença também dói. Entre a indiferença de outrem e a minha, prefiro ficar com a minha, que já conheço muito bem. Tenho convivido com ela desde que nasci.

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