A última história de casamento me fez lembrar de uma outra história.
Quando eu era jovem, eu frequentava um grupo esportivo... diga-se de passagem, contra minha vontade. Não gostava de ir lá, das pessoas e pensamentos de lá, mas não vou detalhar muito.
Sabe quando vc éh jovem e tem de acatar com as ordem de seus superiores? Eu não tive escolha.
Bem, frequentei esse ambiente desde muito pequeno. E logo percebi uma coisa... as menininhas não se interessavam por mim. Nunca fui uma pessoa carismática... e em relação a beleza física, tbém não a possuo.
E pra piorar a situação.. nunca fui uma pessoa vaidosa. Minha mãe falava que para frequentar esse lugar, eu teria que usar as roupas mais velhas e acabadas... Pois, era um lugar de terra batida, então, eu sempre voltava sujo de terra... E levei esse conselho a ferro e fogo. Sempre ia com as piores roupas possíveis que eu tinha...Devia parecer um menor abandonado subnutrido. Mas não me importava, eu não tinha autoestima e nem muitas pretensões com as menininhas de lá.
Mas... a concorrência era esperta. Meus colegas, embora tivessem uma vida menos abastada que a minha... se muniam quando se tratava de se vestir. Usavam roupas esportivas legais, tênis legais... e isso dava um UP... no visual... Porque pra dizer a verdade... ôh povinho feio que frequentava aquele lugar.. sério, não tinha um bonito lá. Nem bonita...
As pessoas de lá não tinham inteligência, nem cultura... muito menos carisma.... a situação era grave.
Bem, voltando... dizem que não existem pessoas feias, mas sim, pessoas pobres... talvez eu concorde um pouco.
Uma pessoa daquele âmbito iria casar.. então todos os convidados seriam esse povinho aêee.. e a cerimônia seria por ali mesmo... num salão de eventos...
Como sempre odiei casamentos, teria que ir por obrigação...
Daí que num milagre milagroso... minha mãe resolve comprar um terno pra mim. E um bom sapato... kkkkk... dar mais dignidade para o menino...
Nessa época eu estava fazendo a transição para a puberdade.. então já tinha uma altura e envergadura razoável. Pus o tal terno e descobri... ao olhar no espelho, que eu de terno eu não ficava com cara de segurança de Shopping... nem com cara de japa que trabalha no Bradesco de estagiário. Tinha um ar de dignidade ali. Até minha cachorra me achou estranho.
Quando cheguei no casamento... vi que o povo se assustou comigo.. Aquele mendigo, tomou um banho di loja. Alguns expressaram a surpresa fazendo comentários, brincadeirinhas. Sim, eu estava chamando atenção... mas não peguei ninguém mesmo assim.
Banho di loja = Dignidade. Fim.
terça-feira, 14 de março de 2017
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