sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Fernando Pessoa

Quero ignorado

Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles

Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida

Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada espera
Tudo o que vem é grato.

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